CNA – BRASIL homenageou ex-ministro José Gregori e o pesquisador mexicano Carlos Antaramian

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Ocorreu na SAMA-Clube Armênio na sexta-feira, dia 28 de março, um evento para inaugurar na capital paulista as rememorações do 99º aniversário do genocídio armênio. A atividade foi promovida pelo Conselho Nacional Armênio – representação Brasil e teve como principal atração a conferência do Prof. Dr. Carlos Antaramián Salas, que abordou a pequena, porém ativa, comunidade armênia do México.

O jornalista Armen Kevork Pamboukdjian (CNA e FRA)
O jornalista Armen Kevork Pamboukdjian (CNA e FRA)

A abertura, o mestre de cerimônias e jornalista Armen K. Pamboukdjian convidou todos os presentes a render um minuto de silêncio em memória aos armênios de Kessab que passam por momento dramático. Na sequência, foi feita uma homenagem ao ex-ministro José Gregori, histórico militante dos direitos humanos no Brasil, que fez uso da palavra reafirmando seu compromisso com a causa armênia.

O ex-ministro José Gregori
O ex-ministro José Gregori

José Gregori estava acompanhado do vereador Floriano Pesaro, que embora estivesse empolgado com o evento, não escondeu sua consternação com a situação dos armênios da cidade de Kessab, na Síria.

Na sequência, o Prof. Dr. Carlos Antaramian apresentou um trecho de seu documentário “Los Armenios de La Merced” e expos um histórico dos armênios mexicanos, se baseando sobretudo no livro “Las memorias de Mardiros Chitdjian” o qual foi lançado pela primeira vez na América do Sul neste evento.

A história dos armênios mexicanos é muito peculiar. O Prof. Dr. Carlos Antaramian destacou, por exemplo, o mais antigo documento em língua armênia já encontrado na América, que data de 1632, assim como  o processo de investigação de alguns armênios na Inquisição na América Espanhola, bem como a participação outro compatriota na Revolução Mexicana.

A presença de Antaramian no Brasil é também de grande importância política, já que ele liderou a luta contra a instalação da estátua de Heydar Aliyev, ditador azerbaijano, em um parque da cidade do México. Ele foi um dos responsáveis pela denúncia de que a Embaixada do Azerbaijão havia corrompido funcionários públicos para poder inaugurar a estátua do ditador. A partir desse acontecimento, a comunidade armênia do México, dispersa ao longo dos anos, se reuniu em torno de uma causa comum.

Para acompanhar a apresentação, Sarkis Ampar Sarkissian, internacionalista e graduando em Letras pela Universidade de São Paulo, apresentou um estudo sobre o crescente lobby azeri no Brasil.

A mesa contou ainda com a mediação da socióloga uruguaia radicada em São Paulo Adriana Nazeli Topalian que ponderou sobre a importância da vida comunitária e a preservação da identidade armênia.

Ao final todos se confraternizaram durante o coquetel que permitiu ao público travar importantes trocas de idéias com os homenageados.

Photo: Na mesa, da esq. para a dir: Carlos Antaramian, Adriana Nazeli Topalian e Sarkis Sarkissian