Las bajas del proceso de paz

NOTÍCIAS, Noticias

Ramil Safarov es un militar que asesinó con un hacha a un par armenio, Gurgen Margaryan, durante un curso de inglés de la OTAN en Hungría, en febrero de 2004. De su condena a cadena perpetua en el país donde cometió el crimen, pasó a ser recibido con honores en su país natal. Hoy, más de diez años después, la Asamblea Parlamentaria del Consejo de Europa repudió el 18 de noviembre a través de la Resolución 2022 (2014) la mala fe azerbaiyana durante ese episodio. La República de Azerbaiyán premió a un militar convicto por asesinar a un militar armenio desarmado, y la mayor parte de la Comunidad Internacional evitó pronunciarse al respecto.

El 12 de noviembre el ejército de Azerbaiyán derribó un helicóptero MI-24 de Nagorno Karabaj que realizaba ejercicios de entrenamiento, sin ningún tipo de armamento. El resultado inmediato fue la muerte de los tres soldados que lo tripulaban. Después de los momentos de tensión vividos durante agosto y las convocatorias desde diferentes instancias del Grupo de Minsk de la OSCE, ámbito para la resolución pacífica del diferendo, esta nueva provocación del gobierno de Aliyev obliga a preguntarse por qué pudo ser derribado ese helicóptero, más allá de las justificaciones de la cartera de Defensa azerbaiyana, que como sucede habitualmente no encuentran un respaldo en la realidad.

Existen varias explicaciones posibles, no necesariamente excluyentes, ante esta búsqueda permanente del recrudecimiento de las tensiones. La primera es que en la medida que la República de Nagorno Karabaj avanza en su consolidación, tanto desde los aspectos sociales como de las libertades democráticas, es conveniente para el gobierno de Azerbaiyán mantener el status quo en la región, y que Nagorno Karabaj sea pensado internacionalmente como un “conflicto” y no como un “país”.

Asimismo, el sostenimiento permanente de las tensiones habilita la utilización política permanente de discursos armenófobos y belicistas en el fuero interno y en espacios internacionales, especialmente y de forma cada vez más aguda de forma mancomunada con la República de Turquía. En un contexto represivo cada vez mayor al interior de Azerbaiyán, denunciado por organismos de prensa y de derechos humanos, Aliyev sienta una de los pilares de su gobierno en las promesas de recuperación a sangre y fuego de los territorios históricos de su país, que según su propia reescritura de la historia abarcarían la totalidad de Armenia.

Sin embargo, desde el CNA entendemos que lo que genera las condiciones de posibilidad para que Azerbaiyán lleve adelante esta política de estado beligerante es la ausencia de sanciones internacionales. Luego de este gravísimo incidente, el Grupo de Minsk de la OSCE — se ha limitado a expresar su preocupación y realizó un llamado a Armenia y Azerbaiyán a respetar el cese al fuego y honrar los compromisos de Sochi, Newport y París, auspiciados por los presidentes de la Federación Rusa, Estados Unidos y Francia. El comunicado no sólo no condena a la parte azerbaiyana por su crimen, sino que realiza un llamado de atención a Armenia y desconoce a Nagorno Karabaj como parte. Si el organismo que entiende en el conflicto adopta esta postura, ¿qué se puede esperar de la República de Azerbaiyán?.

Desde el CNA sostenemos permanentemente que sin la incorporación de la República de Nagorno Karabaj como parte de la discusión, y sin un análisis de cómo actúa cada parte en el conflicto, la aparente búsqueda de imparcialidad y neutralidad de los organismos internacionales se transforma en un gesto de beneplácito a la política de Aliyev. Ni Margaryan, ni los tripulantes del helicóptero son víctimas directas de los horrores de la guerra. Bien por el contrario, son las bajas que se cobra el proceso de paz tal como lo entiende Azerbaiyan: incitación permanente al fin del cese al fuego y el reinicio de la campaña de limpieza étnica interrumpida 20 años atrás.

As vítimas do processo de paz

Ramil Safarov é um militar azerbaijano que assassinou com um machado o militar armênio Gurgen Margaryan durante um curso oferecido pela OTAN na Hungria, em fevereiro de 2004. Condenado a prisão perpétua no país onde cometeu o crime, foi libertado e inexplicavelmente deportado para seu país de origem onde foi considerado herói e recebido com honras. Ontem, 18 de novembro, mais de dez anos depois, a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa condenou por meio da Resolução 2022/2014 o Azerbaijão por má fé durante esse episódio. O Azerbaijão premiou um militar condenado pelo assassinato de um militar armênio desarmado, e a maior parte da comunidade internacional evitou se pronunciar sobre o assunto naquele período.

Em 12 de novembro último, o exército azerbaijano abateu um helicóptero armênio MI-24 em Nagorno Karabakh durante a realização de exercícios de treinamento, sem armas. O resultado imediato foi a morte de três soldados armênios que conduziam o helicóptero. Depois de muita tensão em agosto último o Grupo de Minsk já havia lançado um chamado as partes para a resolução pacífica do conflito. O ataque injustificado ao helicóptero armênio, verdadeira provocação do governo azerbaijano de Aliyev, coloca em dúvidas as verdadeiras intenções do azerbaijanos que certamente não podem ser avaliadas pelas justificativas do Ministério da Defesa daquele país que não encontram sustentação na realidade.

Existem várias explicações para esta permanente intenção de gerar novas tensões. A primeira é que, na medida em que a República de Nagorno-Karabakh se consolida e progride, tanto nos aspectos sociais quanto nos fundamentos das liberdades democráticas, é conveniente para o governo do Azerbaijão produzir a violência a fim de tentar manter a imagem de que Nagorno Karabakh é uma região de conflito e não um país que avança a olhos vistos.

Além disso, a violência azerbaijana sustenta um discurso político anti-armênio tanto para os grupos radicais internos e externos já que a repetição infundada do ódio encontra eco especialmente na República da Turquia, aliada do Azerbaijão. A opressão aos direitos humanos, fartamente comprovada por organismos internacionais e agências de notícias prova que o presidente azerbaijano Aliyev sustenta com promessas de guerra, derramamento de sangue e um discurso belicista, a ideia de recuperar as províncias do país e escrever uma nova história destruindo a Armênia.

O Conselho Nacional Armênio e suas filiais no mundo todo entendem que aquilo que permite este discurso beligerante do Azerbaijão e a total ausência de sanções internacionais contra o governo Aliyev. Após este incidente grave, o Grupo de Minsk da OSCE, (França, Rússia, EUA) – limitou-se a manifestar a sua preocupação e fez um apelo para a Armênia e o Azerbaijão respeitarem o cessar-fogo e honrar os compromissos assumidos nas reuniões em Sochi, Newport e Paris. A imprensa não só não condena o Azerbaijão por seu crime, mas faz uma convocação para a Armênia e não considera o governo legitimo de Nagorno Karabakh como uma das partes em todo o processo.

O Conselho Nacional Armênio e suas filiais em todo o mundo acreditam que sem a inclusão da República de Nagorno Karabakh, como parte da discussão, sem uma análise criteriosa de como é que cada uma das partes do conflito pode contribuir para seu fim; a aparente busca de imparcialidade e neutralidade das organizações internacionais nada mais é do que um gesto de aprovação à política belicista e violenta de Aliyev. Nem Gurgen Margaryan ou a tripulação do helicóptero são vítimas diretas dos horrores da guerra. Muito pelo contrário, são vítimas de um processo de paz infelizmente conduzido pelos interesses do Azerbaijão que são: acabar com o cessar-fogo e retomar e incitar uma campanha de limpeza étnica interrompida há 20 anos quando Nagorno Karabagh conseguiu fazer valer os direitos do povo armênio sobre aquela região